O PASSEIO DE JOÃOZINHO
Leda Coletti
Joãozinho era aluno de uma das escolas de Ipeúna. Naquele ano escolar fez bastante progresso, passando para o ano seguinte sem recuperação. Por essa razão, seus pais aceitaram o convite dos tios, para que fosse passar alguns dias das férias escolares, no sítio de sua propriedade, que ficava apenas a 3 quilômetros da cidade.
Joãozinho gostava muito dos tios Jorge e Ana, além dos primos Bruno e Amanda. Ir ao sitio Paraíso foi seu melhor presente de final de ano.
Logo no dia seguinte, o tio o levou para ver três nascentes, no capão de mato existente em suas terras. Joãozinho ficou surpreso ao saber que daqueles pequenos pontos, onde nascia uma corrente d’água, surgira aquela linda represa do sítio e mais adiante a cascata, que jogava suas águas no rio Passa-Cinco. Ficaram de ir tomar banho naquelas águas no dia seguinte. Que gostosura brincar com os primos em suas águas límpidas!
Após o passeio, com muita sede, foi ao filtro d’água. Não deixou de comentar:
- Que delícia de água! Ela vem do rio Passa-Cinco, tia?
-Não meu querido. Você não foi passear com seu tio na trilha das nascentes? Pois bem, essa propriedade é um cantinho abençoado por Deus. Ele nos deu muitas nascentes e essa água que você está bebendo vem de uma delas, localizada num vale a uns dois quilômetros daqui. Nós a filtramos para garantir a sua qualidade, sem risco algum para a saúde.
Seu primo Bruno completou:
-Você viu o quanto são cristalinas as águas das nascentes e também do rio Passa-Cinco? Sem aguardar resposta foi logo explicando:
- Isso acontece porque pela preservação dos bosques e reservas florestais elas conservam o frescor e não secam. Na trilha que beira o rio, nós caminhamos dentro da mata ciliar, ou seja, na vegetação natural. Não sei se você notou, mas nosso pai plantou centenas de árvores nativas nos terrenos próximos para garantir a umidade do solo.
- É verdade que o Rio Passa-Cinco vai engrossar as águas de outro rio, de nome Cabeça, que por sua vez desemboca no rio Corumbataí, que joga suas águas no Rio Piracicaba?
- Sim Joãozinho, respondeu a tia. Mas antes quero lhe fazer algumas observações. O rio Passa-Cinco é um dos poucos que tem as águas menos poluídas. Dias atrás fui a Piracicaba, e passando pela ponte mais antiga e depois pela pênsil, fiquei muito triste ao ver tanta espuma e até peixe morto. Está tão diferente do tempo em que meus avós moravam lá. Suas águas eram limpas e havia muito peixe. O salto era um verdadeiro cartão postal. Nós éramos crianças e nos encantávamos com os peixes que tentavam subir na cachoeira e não conseguiam. Era o tempo conhecido como época da piracema.
- Eu fiquei sabendo disso. Nossa professora contou que ele e outros rios brasileiros estão feios e doentes por causa dos esgotos e lixos que recebem, tanto das indústrias, como das próprias residências.
- E pensar que nós homens somos os maiores responsáveis por esse estado tão lamentável! diz a prima Amanda.
Chegou a vez do tio Jorge entrar na conversa:
- Vocês já ouviram alguém dizer: “uma andorinha sozinha não faz verão”? Isso significa que se cada um de nós fizer a sua parte com exemplos e palavras, estaremos valorizando a natureza. E ela agradecida, nos dará o que sempre teve e tem prazer em nos oferecer: flores, frutos e sombra amiga.
- Sabe tio, vou procurar defender a vida dos nossos rios, pois sem água não podemos viver.
Joãozinho voltou para sua casa e em cada atitude diária no lar, na escola, nos lugares que freqüenta, demonstra o seu modo inteligente de tratar o meio-ambiente. Procura deixá-lo em condições ideais para todos viverem com saúde e bem-estar.
Ele está fazendo a sua parte. Vamos fazer a nossa também!
Leda Coletti
Joãozinho era aluno de uma das escolas de Ipeúna. Naquele ano escolar fez bastante progresso, passando para o ano seguinte sem recuperação. Por essa razão, seus pais aceitaram o convite dos tios, para que fosse passar alguns dias das férias escolares, no sítio de sua propriedade, que ficava apenas a 3 quilômetros da cidade.
Joãozinho gostava muito dos tios Jorge e Ana, além dos primos Bruno e Amanda. Ir ao sitio Paraíso foi seu melhor presente de final de ano.
Logo no dia seguinte, o tio o levou para ver três nascentes, no capão de mato existente em suas terras. Joãozinho ficou surpreso ao saber que daqueles pequenos pontos, onde nascia uma corrente d’água, surgira aquela linda represa do sítio e mais adiante a cascata, que jogava suas águas no rio Passa-Cinco. Ficaram de ir tomar banho naquelas águas no dia seguinte. Que gostosura brincar com os primos em suas águas límpidas!
Após o passeio, com muita sede, foi ao filtro d’água. Não deixou de comentar:
- Que delícia de água! Ela vem do rio Passa-Cinco, tia?
-Não meu querido. Você não foi passear com seu tio na trilha das nascentes? Pois bem, essa propriedade é um cantinho abençoado por Deus. Ele nos deu muitas nascentes e essa água que você está bebendo vem de uma delas, localizada num vale a uns dois quilômetros daqui. Nós a filtramos para garantir a sua qualidade, sem risco algum para a saúde.
Seu primo Bruno completou:
-Você viu o quanto são cristalinas as águas das nascentes e também do rio Passa-Cinco? Sem aguardar resposta foi logo explicando:
- Isso acontece porque pela preservação dos bosques e reservas florestais elas conservam o frescor e não secam. Na trilha que beira o rio, nós caminhamos dentro da mata ciliar, ou seja, na vegetação natural. Não sei se você notou, mas nosso pai plantou centenas de árvores nativas nos terrenos próximos para garantir a umidade do solo.
- É verdade que o Rio Passa-Cinco vai engrossar as águas de outro rio, de nome Cabeça, que por sua vez desemboca no rio Corumbataí, que joga suas águas no Rio Piracicaba?
- Sim Joãozinho, respondeu a tia. Mas antes quero lhe fazer algumas observações. O rio Passa-Cinco é um dos poucos que tem as águas menos poluídas. Dias atrás fui a Piracicaba, e passando pela ponte mais antiga e depois pela pênsil, fiquei muito triste ao ver tanta espuma e até peixe morto. Está tão diferente do tempo em que meus avós moravam lá. Suas águas eram limpas e havia muito peixe. O salto era um verdadeiro cartão postal. Nós éramos crianças e nos encantávamos com os peixes que tentavam subir na cachoeira e não conseguiam. Era o tempo conhecido como época da piracema.
- Eu fiquei sabendo disso. Nossa professora contou que ele e outros rios brasileiros estão feios e doentes por causa dos esgotos e lixos que recebem, tanto das indústrias, como das próprias residências.
- E pensar que nós homens somos os maiores responsáveis por esse estado tão lamentável! diz a prima Amanda.
Chegou a vez do tio Jorge entrar na conversa:
- Vocês já ouviram alguém dizer: “uma andorinha sozinha não faz verão”? Isso significa que se cada um de nós fizer a sua parte com exemplos e palavras, estaremos valorizando a natureza. E ela agradecida, nos dará o que sempre teve e tem prazer em nos oferecer: flores, frutos e sombra amiga.
- Sabe tio, vou procurar defender a vida dos nossos rios, pois sem água não podemos viver.
Joãozinho voltou para sua casa e em cada atitude diária no lar, na escola, nos lugares que freqüenta, demonstra o seu modo inteligente de tratar o meio-ambiente. Procura deixá-lo em condições ideais para todos viverem com saúde e bem-estar.
Ele está fazendo a sua parte. Vamos fazer a nossa também!
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