Olivaldo Júnior
Comemora-se em vinte e dois de agosto, em todo o Brasil, o Dia do Folclore. A palavra tem origem no inglês antigo e quer dizer “cultura do povo”. Você já tem o seu eleito nesse dia especial? Pode ser a Cuca, o Curupira, o Saci, mas, também, pode ser o que você faz quando, ao receber uma visita que não se manca, banca a avó e coloca uma bela vassoura atrás da porta, pois quem demora demais em casa alheia sem perceber que incomoda só pode ser mesmo uma bruxa, ou um bruxo. Pé de pato, mangalô, três vezes! Dou três toques na madeira e me censuram: é TOC! Mas não se tocam que é apenas reminiscência de folclórica lembrança, um velho hábito que me habita e me religa ao que, em nós, é indissociável da cultura de cada casa, cada lar, que tem seu próprio jeito.
O jeito com que fazemos a comidinha do dia a dia, o modo com que entendemos que dor num dos ossos que um dia quebramos é sinal de chuva, bolinhos de chuva (nham, nham), tudo isso é folclore, lógica de antepassados ainda em franca exibição nas telas do agora. Agora é o folclore que um dia será lembrado como “coisa de pessoas daquele tempo”. O tempo é o senhor do folclore, que nos enreda e enrosca em velhas cantigas, velhos sentidos para gestos ainda feitos. O cravo brigou com a rosa, e o desquite não sai, pois é sempre da briga que a gente mais lembra. O sapo cururu, na beira do rio, já está velhinho, mas sua esposa ainda “faz rendinhas para o casamento”...
O que eu quero dizer é que o melhor é que se comemore o folclore que a gente faz, porque todos somos lendas onde quer que estejamos. Ninguém conhece do outro nada mais que sua lenda, uma parlenda da existência a que chamamos vida. Viver é um estado folclórico, por isso, faça você mesmo a sua história, seus passos entre os passos de outras lendas, outros seres, que todos têm um quê de Emília e de Lobato no espírito.
Amigos do Bloguinho
ResponderExcluirMuito obrigado pela postagem de mais um texto escrito por mim.
Que estejamos sempre juntos.
Olivaldo