Olivaldo Júnior
Todo mundo acelerado,
com a mente tão confusa,
e o poeta ali sentado,
à mercê de sua musa...
Cada estrela matutina,
decadente, sem fulgor,
ao poeta, é vã menina
que sucumbe à própria dor...
O poeta está doente,
sem vontade de viver...
Mas um verso, de repente,
faz o pobre renascer!...
Renascido da ilusão,
o poeta se constrói;
das estrofes, tira o pão
cujo tempo não corrói...
Pelas letras - uma a uma,
o poeta forma o verso;
logo, logo, após a bruma,
vê brotar seu universo.
Sou poeta, meu amor,
faço em versos cada instante;
como fosse beija-flor,
beijo a flor do amor faltante.
Ao morrer, serei poeta
bem maior que fui em vida,
dando à rima luz completa,
na obscura despedida.
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