Ivana Maria França de
Negri
De
todas as palavras pelas quais já fui nomeada na vida, nenhuma me deu mais
prazer e alegria do que ser chamada por minhas menininhas de vovó!
Soa tão doce,
vindo de criaturas com jeitinho de anjo que a gente ama muito além da paixão.
E quando a
experiência dos anos vividos nos lega a sabedoria de descobrir o que é
realmente importante nesta vida, é preciso aproveitar ao máximo.
Na casa da avó
inexiste a palavra “não”. Pode fazer bagunça, espalhar brinquedos, pegar as bijuterias
para brincar, pode comer chocolate, sorvete e acabar com o pote de biscoitos.
E os netos
sabem que na casa da avó podem ficar à vontade e fazer toda estripulia que
quiserem, mas sempre obedecem e até ajudam a guardar os brinquedos espalhados.
Os pais, sim,
devem estabelecer normas para a educação. Casa dos avós é só para curtir e
brincar. Sempre tem chocolates, balas, ovinhos com surpresas dentro e novos
brinquedos. Podem ficar de molho na banheira pelo tempo que quiserem. Vovó não
fica brava se molharem o chão e deixa até que mexam no computador.
Ser avô ou
avó, principalmente quando os netinhos ainda são pequenos, é estar em estado de
encantamento e tremendamente apaixonado por criaturinhas adoráveis e peraltas.
É como se os
filhos, já crescidos e donos da própria vida, voltassem de repente a ser
crianças. Só que, em vez da grande responsabilidade de criar, educar e
preocupar-se com o futuro deles, aos avós fica apenas o encargo de brincar, de
curtir, de mimar e de se entender com os pequenos de igual para igual.
Em casa de
avós não existe a palavra “não”. Apenas nos casos em que algum objeto é
quebrado, numa diabrura qualquer. Daí a avó diz com carinho: “não faz mal!” ou
“não vá se machucar!” Só nesses casos.
Na casa da
vovó sempre tem guloseimas e pode-se fazer de tudo, desde que não seja
perigoso. Sempre tem colinho, doces e cafuné sobrando. Na casa da vovó pode
fazer bagunça, andar sem sapatos, assistir TV e dormir até mais tarde.
A vovó sempre
conta historinhas, deixa brincar com água e comer chocolates de montão.
Toda vovó é
meio bruxa e meio fada. Concede todos os desejos dos netinhos, e faz cada
mágica!
Vovó deixa o
neto faltar da escolinha, sem estar doente, só para ir ao cinema ou passear no
shopping e tomar um sorvete. Também o deixa ficar no computador visitando sites
divertidos por quanto tempo quiser.
Espero que
nenhum psicólogo leia esta crônica. E também os pais das minhas netinhas...
Só
compreenderão estas linhas os que já são avós.
Esses sim, vão
ficar felizes de constatar que mais pessoas pensam como eles.
Tão doce, tão
gostosa de ouvir, tão mágica, essa palavrinha pequena, sonora, de uma sílaba
só: “Vó”!!!
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